Você já parou para pensar O QUE empresas como Apple e Natura fazem para serem protagonistas da inovação?
Uma coisa é certa: essas empresas sabem que inovações não necessariamente estão ligadas a um investimento pesado em tecnologia. A própria Apple muitas vezes incorpora tecnologias patenteadas por outras empresas, escolhendo dedicar mais esforços a:
1) Inovar na forma de tratamento e comunicação com seu público;
2) Inovar no desenvolvimento de um design único em seus produtos.
Inovar pode ser mais simples do que você imagina!
Inovações, geralmente, podem ser de duas naturezas: radicais e incrementais. Radicais são aquelas que revolucionam, que mudam de forma determinante o modo de fazer alguma coisa. Por exemplo, a criação do telefone sem fio na era dos telefones com fio. A inovação incremental é mais direcionada ao aperfeiçoamento das possibilidades existentes. Por exemplo, os novos modelos de iphone disponibilizados a cada ano.
Para que a inovação se torne parte da cultura organizacional da sua empresa (tanto as de naturezas incrementais quanto as de natuezas radicais), é necessário ter ferramentas de gestão adequadas para isso. Estamos falando do Balanced Scorecard (BSC), uma das metodologias de gestão estratégica mais utilizadas do mundo.
Com BSC, é possível desdobrar o Planejamento Estratégico (Missão, Visão e Valores) em objetivos e metas de inovação que serão fundamentais para manter os olhos da sua empresa também no futuro. Neste artigo, vou te mostrar a forma que considero melhor para estabelecer metas de inovação com BSC.
Primeiro, prepare o terreno para o surgimento de ideias!
Não é à toa que Michael Saul Dell, presidente e fundador de uma das marcas de computadores mais bem-sucedidas do mundo, dizia ter um rodo gigante em seu escritório. O motivo? Lembrar que quando alguém trouxesse uma nova ideia, seu papel NÃO ERA PASSAR O RODO!
Muitas empresas estagnam no quesito inovação porque a liderança se comporta como vilã das novas ideias, olhando apenas para os obstáculos que as fragilizam. Por mais que possam aparecer ideias sem pé nem cabeça, é necessário deixá-las fluir. Lembre-se que quem traz uma nova ideia está se expondo, é um provocador de inovação. Se na sua empresa as pessoas não são estimuladas a pensarem fora da caixa, vocês estão fadados ao fracasso.
Preparar o terreno para o surgimento de ideias é criar espaço na rotina dos colaboradores para que elas surjam e amadureçam. Portanto:
1) Separe na agenda da sua empresa um momento semanal ou quinzenal para apresentação de propostas de inovação;
2) Delegue um grupo de colaboradores para analisar essas propostas e escolher as que tem maiores chances de sucesso e que estão alinhadas ao seu Planejamento Estratégico;
3) Estabeleça que cada departamento se comprometa em inovar em pelo menos um aspecto de sua atuação, por mês, considerando os objetivos estratégicos que vocês definiram na perspectiva de Aprendizado/Crescimento do BSC.
Assim você conseguirá instaurar um processo gradual e contínuo de inovação e estará pronto para o próximo passo: testar e implementar a inovação.
Teste a inovação: Dê um tiro de pistola antes de dar um tiro de canhão
Antes de apostar todas as suas fichas em uma inovação, teste-a. Inicie com metas pequenas. Comece com medidas de menor custo e aplicáveis. Por exemplo, se no seu segmento não é comum ter um departamento de Pesquisa e Desenvolvimento, inicie o trabalho responsabilizando apenas um colaborador por colocar a inovação em ação. É como se você estivesse testando se sua mira para o alvo está correta, com uma pistola. Aos poucos, conforme a inovação for dando retorno e engajando, envolva outros profissionais. Quando estiver se sentido mais confiante de que vocês estão no caminho certo para o alvo, aposte no tiro de canhão: faça que a inovação seja abraçada por toda a empresa.
Defina métricas de desempenho específicas para a inovação
Como já mostramos aqui no BLOG, uma das maiores vantagens do BSC é a combinação da metodologia com métricas de desempenho, ou indicadores de desempenho. Afinal, como saber se sua empresa tem investido o suficiente em inovação? Ou como saber se vale a pena continuar investindo em uma inovação ou não? Todas essas questões precisam ser medidas. Mas como medir? Vou te dar exemplos práticos e mais genéricos. Mas é importante que você e sua equipe definam junto ao seu assessor executivo métricas específicas para cada iniciativa de inovação, de acordo com seu tipo, área de aplicação e impacto.
Para medir o grau de inovação na empresa:
1) Número de ideias geradas em um dado período;
2) Percentual de colaboradores que participam com novas ideias;
3) Tempo de implementação de uma ideia;
4) Percentual de novos produtos lançados nos últimos x anos;
5) Atitudes da empresa em relação à inovação medidas por pesquisa de clima organizacional.
Para medir o impacto da inovação:
1) Quanto as inovações tiveram de impacto no meu resultado financeiro;
2) Quanto as inovações tiveram impacto na consolidação da minha marca (pesquisa de satisfação com clientes).
Está convencido de que inovação não é só tecnologia? Inove no tipo de relacionamento com seu cliente ou mesmo na forma de entregar o serviço ou produto. De hoje em diante, as desculpas de que “não dá tempo de inovar” ou não “há recursos sobrando para investir em inovação” não fazem mais sentido.